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Contra discursos, temos apenas os fatos

Melhor que argumentar contra ataques, prefiro trazer fatos e informação


Audi e-tron
Audi e-tron

Fala galera, beleza? Já ouviram a frase "ninguém atira pedra em árvore que não dá fruto"? Pois bem, o carro elétrico tem sido apedrejado de todos os lados por demonstrar muitos frutos em pouco tempo. Por um lado, de forma um pouco mais sutil, já por outo lado, de forma mais óbvia e ainda tem o pessoal que taca pedra sem saber o porquê. O problema é quando narrativas são tão repetitivas que acabam se tornando uma "verdade incontestável" pela maioria da população. Decidi trazer um pouco informação para combater a desinformação que vem se instalando.


Como a indústria nacional se encontravam tranquilas, não buscaram a inovação da tecnologia ou mesmo variedade na oferta de produtos, o máximo que foi possível observar desde a chegada dos veículos elétricos foi um ou dois modelos híbridos que nem conseguiam carregar em uma fonte externa de energia. O discurso do carro que não precisa de tomada só convenceu o cliente que já compraria o carro de qualquer forma. Mas isso era pouco para atender a ansiedade do consumidor por se livrar preços loucos dos combustíveis.


Quando a indústria nacional se deu conta, já era tarde. Sem a capacidade de desenvolver soluções, correram atrás de criar narrativas e barreiras que gostaria de expor aqui:


Não tem onde carregar um carro elétrico


Primeiramente, toda tomada é um potencial ponto de carregamento, pode até ser que não entregue a quantidade de energia desejada, mas que permite um carregamento, isso ela permite. Basta respeitar os limites técnicos que não haverá problema.


Quem acompanha a mobilidade elétrica no Brasil sabe que, em cinco anos, a infraestrutura de recarga saltou de algumas centenas de carregadores concentrados nas maiores cidades do Brasil para dezenas de milhares em todos os estados da nação. As eletrovias estão cada vez mais interligadas, proporcionando (para aqueles que desejam) a possibilidade de cruzar o país de carro elétrico.


Como já foi apontado pelo Rodrigo de Almeida em um dos painéis no 3º EME ABRAVEi, o primeiro posto de abastecimento surgiu apenas 28 anos depois do primeiro carro à combustão ser importado por Santos Dumont. Acredito que a infraestrutura de carregamento está evoluindo muito mais rapidamente que algumas pessoas gostaria de admitir. Até mesmo a quantidade de carregadores no mesmo local aumentou de forma significativa. Antes, um carregador no shopping center era mais que suficiente. Hoje, temos empresas instalando pelo menos 5 carregadores em cada local.


Demora para carregar um carro elétrico


Como diria outro colega, Marcelo Dejon, carregar um carro elétrico demora apenas cinco segundos. É o tempo para iniciar a carga e seguir sua vida enquanto o carro carrega. Deixando o discurso apaixonado de lado, com a evolução da tecnologia, o tempo médio de carregamento tem baixado constantemente. Em média, a maioria das sessões de carregamento com veículos lançados a partir de 2022, fica abaixo dos 40 minutos. Esse tempo é o suficiente para ir ao banheiro, comer algo, deixar as crianças esticarem as pernas e seguir por mais 3 a 4 horas de viagem.


O carro elétrico é muito mais caro


Já se foi o tempo em que poderíamos dizer o que o carro elétrico custava 2x mais o seu equivalente à combustão. Quando comprei meu JAC iEV40, paguei R$139.990,00 enquanto seu irmão fumante custava R$74.990,00. Atualmente, você pode comprar um Renault Kwid e-Tech por R$99.990,00, apenas 25% a mais que a versão Outsider do mesmo modelo. Entre os veículos mais caros, como é o caso do Ford Mustang Mach-E e o Mustang GT, o veículo elétrico é 8% MAIS BARATO que seu equivalente à combustão.


Perda de empregos no Brasil


Começaram a espalhar que os veículos elétricos roubariam empregos da indústria automotiva brasileira, mas o efeito tem se demonstrado exatamente o contrário com a construção de novas fábricas. Somente a fábrica de Camaçari da BYD gerará por volta de 10.000 novas vagas de emprego. Soma-se a isso, a fábrica da GWM em Iracemápolis e as plantas em Caxias do Sul que produzem os elétricos da Arrow. Não podemos esquecer das empresas de veículos pesados como, a Eletra, VW CO, Scania. A própria BYD no seguimento de ônibus e caminhões com plantas em Campinas e Manaus.


Valorização da tecnologia brasileira:


Apelaram para o sentimento nacionalista de "o Etanol é nosso", entretanto pouco se importaram em evoluir o próprio Etanol e nunca se preocuparam com os problemas de entre safra. Afinal, boa parte dos brasileiros usa gasolina e Brasil é produtor de petróleo.


Mas esquecem de valorizar a matriz energética tão rica que temos, inclusive com produção acima do consumo. Cada dia que passa, temos mais geração de energia distribuída e de baixo carbono que se beneficia da incidência solar que o Brasil recebe por toda sua extensão. Se o Etanol é nosso, eu digo que o Sol nasce para todos e não cobra nada de ninguém.


O carro elétrico polui mais que o carro à Etanol


A alegação é baseada sobre a captura de carbono feita pelos canaviais durante o período de safra. Entretanto, esquecem do detalhe que a maior parte dos veículos que rodam usando apenas o Etanol estão nos grandes centros, como em São Paulo, o que tornaria impossível a captura dessa carbono. Na prática, o que o Etanol faz é capturar o carbono nas zonas rurais e liberar nas cidades.


Ah, mas a mineração do lítio é muito prejudicial ao meio ambiente. Ok, estão façamos a seguinte conta: O ano de 2023 teve a produção de 14 milhões de veículos elétricos, como a quantidade de lítio pode variar entre 5 e 20 kg por veículo, vamos considerar um valor de 10kg para cada carro. Seria necessário extrair 140 mil toneladas de lítio para a produção de um ano para atender a demanda de todo o planeta. Isso representa menos da metade produção anual estimada pela Sigma com uma única mina no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.


Em resumo, a produção de baterias para os veículos elétricos é insignificante comparado com a extração que acontece para todos os demais equipamentos. Lembrando que o Brasil está em 5º lugar no ranking e bem distante da produção do 4º colocado.


O carro elétrico vai gerar um apagão


Mesmo com o volume de vendas em pleno crescimento, a frota de veículos elétricos não atingiu nem 1% do total e duvido muito que superará os 10% no médio prazo. Mas se isso acontecer, esse volume não seria nem de perto um problema para produção de energia. Talvez possamos ter problemas "na ponta da linha" com as distribuidoras que apresentam dificuldades em oferecer aumento de demanda.


A questão é que esse aumento de demanda não é importante apenas para atender os veículos. As indústrias necessitam cada vez mais de energia. Como poderemos deixar de ser uma simples colônia extrativista se as nossa indústrias não tiverem energia para crescer? No final das contas, o aumento de demanda é importante para todo o desenvolvimento do país, até para ter um ar condicionado em casa.


O carro elétrico é uma bomba relógio


Esse discurso foi plantado pelas próprias construtoras para justificar que os empreendimentos brasileiros não suportariam um incêndio de um veículo elétrico. O que elas não contam é que condomínios residências são despreparos por pressão das próprias construtoras que impediram a adoção dos sistemas de sprinklers nessas construções.


Até falam nas entrelinhas que os incidentes com carros elétricos são muito menores que em comparação com os carros à combustão, mas usam o argumentam que as equipes não saberiam atuar nesse tipo de sinistro. Ora, se não sabe, corre-se atrás do conhecimento.


Em um debate ao vivo promovido pelo CAU-DF, o representante do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal demonstrou que energia liberada em um incêndio é praticamente a mesma comparando os veículos elétricos e à combustão. No final das contas, é mais perigoso manter um veículo à combustão em uma garagem que um carro elétrico devido a probabilidade de sinistro que cada tipo apresenta.


A bateria não vai durar nem 2 anos


As pessoas fazem uma equivalência muito equivocada entre a vida útil da bateria de 12v com a bateria de alta tensão. São químicas totalmente diferentes e com aplicações distintas. Meu carro possui quase 5 anos e 95.000 km de uso sem a necessidade de nenhum reparo na bateria de alta tensão e conheço muito outros veículos com o dobro de tempo e também o dobro de quilômetros rodados.


Claro que temos diferentes níveis de qualidade e tecnologia que não permite afirmarmos que uma bateria irá durar 5, 15 ou 25 anos em um carro, mas já é possível afirmar que a tendência é durar tanto ou mais que a vida útil do veículo em si de acordo o históricos do veículos no Brasil que já possuem mais de 10 anos. Lembrando que as tecnologias das baterias já não sãos as mesmas de 10 anos atrás.


Carro elétrico não tem emoção


Aqui entra uma relação de sentimentos, algo subjetivo que cada pessoa tem seu parâmetro de definição. Mas seu formos pensar em automobilismo, acredito que podemos ter algumas variáveis objetivas, como: potência, torque e velocidade.


O que você acharia de te chamar para dar uma volta em um carrinho de 75 cv? Imagino que não se sentiria tão empolgado. Mas esse motorzinho possui 13,8 kgfm, 0-100 em 14 segundos e velocidade final 130 km/h. Para obtermos valores semelhantes em um carro à combustão, é necessário pelo menos 20 cv de potência a mais.


No caso do Mustang March-e, seu motor possui 487 cv, 87,7 kgfm, 0-100 em 3,7 segundos e velocidade final de 200 km/h. Já o Mustang GT Performance com motor V8 de 5.0 L apresenta 488 cv, mas apenas 57,5 kgfm de torque, com 0 - 100 em 4,3 segundos e 250 km.


Como disse antes, as emoção é algo subjetivo, mas não faltam elementos para dizer dá para se divertir bastante com os carros elétricos também. Posso dizer que nunca me decepcionei ao entrar em uma pista de corrida com um carro elétrico. Inclusive, sugiro acompanhar o perfil do Ronitro no Instagram perguntar diretamente a ele como é a performance de seu Tesla S Plaid em comparação com os demais carros em provas de arrancada que participa.





Espero ter trazido um pouco de informação para alguns dos pontos mais pescados nos comentários nas redes sociais. Obviamente, existem outros assuntos que já foram tratados em textos anteriores ou serão tratados nos futuro. Se você tem alguma dúvida ou sugestão de pauta, fique à vontade para entrar em contato.


Até mais.

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