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O carro elétrico já morreu 3 vezes

Atualizado: 22 de jul.

Fala galera, tudo bem? Gostaria de trazer um assunto polêmico para discussão: O carro elétrico já morreu três vezes, essa é a quarta vez... Trata-se de uma frase icônica retirada do podcast "A Roda" e repetida incansavelmente pelos detratores dos carros elétricos.


Como uma verdade absoluta e inegável: Esquecer o passado é a certeza de cometer os mesmos erros no futuro. Então cabe uma pequena reflexão dos supostos motivos dessas três mortes prematuras da mobilidade elétrica.


Antes de falarmos da morte, vamos falar do nascimento


O motor elétrico foi criado em 1828 pelo húngaro Anyos Jedlik, mas somente em meados de 1832 que o escocês Robert Anderson trouxe algo que poderíamos chamar de carro com a tração feita por um motor elétrico. em 1859 Gastón Planté desenvolveu as baterias recarregáveis de chumbo-ácido, possibilitando o uso do carro elétrico como um meio de transporte viável.

Por muitos anos, o veículo elétrico dividiu as ruas com os veículos à combustão, sendo o principal sistema de tração até meados de 1920. Os EUA chegou a ter mais de 300 fabricantes de veículos elétricos listados. O Modelo M da Standard Electric custava entre US$1785 e US$1900 com autonomia de até 110 milhas (172 km) e velocidade máxima de 20 mph (32 km/h).


A infraestrutura de carregamento não era abundantes e o tempo de recarga trazia um desafio maior para os deslocamentos maiores, por isso que os veículos eram relativamente limitados às cidades. Para garantir deslocamentos maiores, surgiram os serviços de Swapes de Bateria (isso mesmo, a NIO não foi a primeira empresa a fazer isso).


Gasolina à dar com pau - A primeira vez que o carro elétrico morreu


Graças ao surgimento da linha de produção criada por Henry Ford, o Ford T se tornou o veículo mais popular por conta do seu custo de aproximadamente US$290 em 1927. a descoberta de diversas grandes reservas de petróleo pelo mundo garantiu a oferta de gasolina abundante à custo acessível. Melhorias nos sistema de ignição, autonomia e velocidade maiores determinaram como a melhor opção para época. Em resumo, o carro elétrico não morreu por ser ruim, mas por que o carro à combustão trazia melhor custo/benefício.


As Guerras que nos movem - A segunda vez que o carro elétrico morreu.


Devido ao evento da Segunda Guerra Mundial e, posteriormente a crise de 1970, a oferta de petróleo foi afetada em todo o mundo, fazendo com quem as montadoras retomassem suas pesquisas por novas fontes de energia. Não podemos negar que os maiores avanços aconteceram após grandes eventos e tragédias mundiais. Diversas empresas se dedicaram a desenvolver novas tecnologias como as baterias de lítio, controladores de velocidade, plugues de carregamento e a Frenagem Regenerativa em 1967 pela Amiltron AMC.


Inclusive, é importante trazermos à luz do conhecimento que o primeiro veículo tripulado a circular fora da Terra foi o Lunar Roving Vehicle na missão Apollo 15 desenvolvido pela Delco Electronics.

Não posso nem dizer que o carro elétrico morreu pela segunda vez, pois os carros criados neste período entre a década de 1950 e 1970 não passaram dos protótipos, mas deixaram como herança um grande avanço tecnológico.


O filho abortado - A terceira vez que o carro elétrico morreu


Devido a uma onda de movimentos em prol da defesa do meio ambiente e com propostas para reduzir o impacto do homem no planeta, um novo movimento de desenvolvimento e apresentação de protótipos deu luz aos veículos Chrysler TEVan, Honda EV Plus, Altra EV, Toyota RAV4 EV, Ford Ranger EV, GM S10 EV e o tão famoso GM EV1.

Por algum motivo nada claro, as montadoras não promoveram as vendas dos veículos elétricos, alegam baixo interesse pelo consumidor e colocando os veículos à disposição apenas através de contratos de locação por tempo determinado. Todavia, foi possível observar que a alegação da falta de interesse não era verdadeira, visto que ocorreram protestos dos usuários desses veículos elétricos por conta de imposição de devolverem as unidades.


O que é possível imaginar é que as montadoras se viram obrigadas a apresentar produtos mais limpos, mas contra sua vontade. Dessa forma, criaram dificuldades para inviabilizar o sucesso do próprio produto.


Essa é a quarta vez...


O mercado de veículos elétricos foi enfraquecido por diversas vezes, mas o avanço tecnológico nunca andou para traz. Ainda no embalo da onda da década de 1990, a Nissan, Mitsubishi, Renault, BMW, Tesla, marcas chinesas (ocultas até então) entre tantas outras, trouxeram produtos comercialmente viáveis. Nos últimos anos, os veículos elétricos receberam incentivos por parte de diversos governos como resposta para reduzir da dependência do combustível fóssil e alavancar o desenvolvimento do mercado e infraestrutura de carregamento.


No Brasil, infelizmente vemos uma batalha de Davi contra Golias, pequenas ações locais que acabam tendo sua eficácia reduzida por ações de lobbys poderosos para manterem as coisas com elas são há décadas. Entendam que não acreditamos que o veículo elétrico será a única forma de se locomover, mas queremos ela seja mais um opção dentre tantas outras.


O número de vendas dos últimos meses mostra que, mesmo com a luta contrária aos veículos elétricos, cada vez mais consumidores demonstram interesse pelo produto. Então, se o veículo elétrico voltar a morrer, não será por causas naturais, mas por assassinato.


Até mais.

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